quarta-feira, 24 de outubro de 2018

ET na Serra d'Arga

Pois é a ET foi à Serra D'Arga...

Mas antes de falar disso, queria "explicar" o porquê da minha ausência... PREGUIÇA, pura PREGUIÇA... Stress, cansaço, demasiadas coisas em que pensar... Sei lá...

No decorrer das minhas férias, resolvi ir com o Gajo, fazer um treino para explorar a zona onde estávamos. Andámos por montes, zonas perigosas e quando começamos a correr na estrada, zuuuummmmm, a ET torce a porcaria do pé, por isso digo-vos:

 NUNCA TREINEM NAS FÉRIAS!!!

As férias são para descansar, comer porcarias, deitar tarde e acordar tarde, não são para treinar.

Por isso, depois de torcer o pé tenho andado com medo de correr. Estou a recomeçar devagar e ando sem motivação para escrever. Alem disso, o meu grupo esteve a organizar uma caminhada, aqui na minha zona, com porco no espeto e caldo verde. Felizmente correu tudo bem... E estive também na organização de uma caminhada solidária a favor da Acreditar que decorreu no dia 31 de setembro, como podem perceber a minha cabeça de ET vai explodir...



Voltando então a Arga. As expectativas estavam "lá em cima", bolas um evento do Carlos Sá, ia ser perfeito.
Achei melhor inscrever me na caminhada, não estou à vontade para correr com vassouras a pressionar-me. Na caminhada posso desfrutar da paisagem sem stresses.

Além de mim e do Gajo, foram mais uns colegas da equipa. Desta vez ia ter companhia da L e da AM na caminhada.

O Gajo estava inscrito para os 33km, o resto do pessoal foi à prova dos 23km.

Fomos sábado logo cedo, para aproveitar para conhecer a zona. Realmente o nosso pais é lindo, o Minho é espectacular, fiquei deslumbrada.

Assim, caminhada organizada pelo Carlos Sá, no Minho, tinha tudo para correr bem... Estava ansiosa por explorar as famosas cascatas e paisagens maravilhosas...

No domingo em questão, lá fomos cedinho com a LB, que é daquela zona e que conhece aquela serra de ginjeira... Ela fartou-se de avisar o Gajo, sobre a famosa subida à senhora do Minho. Parece que era uma subida, daquelas que até custa fazer de carro...

Após a partida do Gajo e do resto do pessoal, ficamos na partida para a caminhada. Foi anunciado que na frente da caminhada iria uma pessoa, que não a podíamos ultrapassar...

Então e pessoal para acompanhar?? E vassoura?? Mau, nas caminhadas simples que organizamos temos SEMPRE vassoura, custa-me a querer que o Carlos Sá não se tenha lembrado que alguém podia perder-se ou magoar-se... Mas deve de ter pessoal em diferentes locais, para ajudar e acompanhar os caminhantes...

Lá fomos as 3. Começamos por estradões. Perdemos logo imenso tempo a admirar as fantásticas obras de arte executadas pelas aranhas...



O trajecto que fizemos era o inicio das provas dos 33 e 23km, logo estava bem marcado com fitas. Mas não ver absolutamente ninguém da organização deixou-nos inseguras, será que estávamos bem?? Lá fomos nós a seguir as fitas...

Os percursos eram lindíssimos. Houve locais onde eu é que tive que ajudar participantes (crianças e adultos) a passar, locais muito escorregadios e perigosos. Fiquei muito desapontada. Esta caminhada tinha que ser perfeita, mas não foi. Valeu pelas paisagens e pela companhia da L e da AM. Mas não valia a pena ter pago a caminhada, podíamos ter explorado aqueles trilhos, sem estarmos inscritas na caminhada.





Fizemos então todo o percurso sem ver ninguém da organização, seguindo as fitas. Mas o trajecto não batia com o que estava no mapa do dorsal.

Até que chegámos a um local onde ainda estava o primeiro abastecimento dos trails. Eles estavam a arrumar tudo com muita pressa. Eu vi-os e corri até eles, antes que fossem embora.

- Nós estamos a fazer a caminhada. Estamos bem? - Perguntei.

- Sim, agora têm que ir por aqui até à igreja. - Disse o rapaz da organização apontado para uma estrada que não tinha nenhuma marcação.

- Mas este caminho não tem marcações, de certeza que é por aqui? - Perguntei eu. Já estava a começar a ficar verde...

- Sim é por aí. É fácil não se perdem. São as ultimas?

- Não faço ideia... - Estava com tanta raiva que virei costas e segui para onde ele tinha indicado.

Por acaso até sabia ir até à igreja. Reconheci o sitio porque tínhamos o carro num estacionamento perto... Mas senti-me desrespeitada. Bolas a caminhada não merece fitas até ao final da prova? Já que nem abastecimento teve (estava um calor diabólico), nem medalha, ao menos umas fitinhas. Acho que ainda fiquei mais zangada por ser um evento do Carlos Sá.

Quando chegamos à meta forcei um sorriso. A senhora que estava a dar as medalhas era a que tinha ido à frente na caminhada.

- São da caminhada? Então não têm direito a medalha - disse ela de uma maneira nada simpática.

Começamos a reclamar com ela, que não vimos ninguém da organização durante o percurso, que nem vassoura ou fitas houve no final...

- Eu tive que levar uma senhora, que se magoou, ao colo, mas gritei para saber se vinha mais alguém no fim - disse ela.

Nem quis responder. Era tão ridícula a situação que preferi não dizer mais nada.

- Temos ao menos direito a comer e beber alguma coisa ali?? - Perguntou a L, apontado para a tenda onde estava o abastecimento final de quem chega.

Ao menos tivemos direito a uma sopa, fruta e líquidos. Não foi mau. Combinamos tentar falar pessoalmente com o Carlos Sá.

Fomos depois esperar o resto do pessoal. Estava mesmo muito calor. Vi gente a chegar muito mal mesmo.
As meninas dos 23 foram chegando, e o Gajo lá chegou, todo rebentado, mas feliz...

No final fizemos a festa. Os Cabo-verdianos que ganharam as provas passaram ao pé de nós e foram logo agarrados pela Maggie. Ela não perdoa. Foi fotos, conversas parvas, um fartote. No final ofereceram um boné ao Gajo e uma t-shirt e um boné à Maggie.

Entretanto a L descobriu o Carlos Sá. Pediu para falar com ele. Fomos as três. Coitado ele estava com ar cansado, mas foi super simpático, além de ser sssuuuuuuppppeeeerrrrr giro.

Ele disse que tinham organizado a caminhada para "as mulheres dos atletas estarem entretidas, enquanto eles estão em prova"...
Comecei a ficar verde... de raiva!!!! Novamente, se ele não tivesse sido tão prestável e simpático, tinha levado com a "raiva da ET"!!! Eu sou muito simpática, mas quando me enervo, xiiiiii nem vos conto...

Explicámos que há gente maluca que gosta de ANDAR nos trilhos das serras, apenas para apreciar as paisagens com calma. Gostamos de subir e descer as rochas, da mesma maneira que os trail runners, mas sem a pressão de fazer tempos. Até porque os trail runners não conseguem apreciar a natureza como os "caminhantes". Não fazemos caminhada porque estamos aborrecidas à espera de Gajos malucos...

Disponibilizamos-nos para ajudar na caminhada em 2019. Temos muita experiência em fazer de vassoura (eu e a L somos sempre as vassouras nas caminhadas organizadas pelo nosso grupo) por isso podemos fazê-lo na serra de Arga em 2019.

Ficamos à espera do convite :)

Aproveito para alertar as organizações de provas. Respeitem os caminhantes da mesma maneira que respeitam os runners, avisem os caminhantes para trazerem calçado adequado.
Façam trajectos desafiantes e em locais bonitos. Também gostamos de molhar os pés, de escalar rochas, de descer trilhos difíceis. Quando organizarem uma caminhada façam benchmarkting e "estudem" a prova dos Abutres. Para mim foi sem duvida a melhor prova onde estive.

Já estou inscrita nos Reis, para 2019. Tenho as expectativas lá em cima.

Por favor não me desiludam!!!