quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

2017…

It ain't over till the fat lady sings”… Sim eu sei que ainda faltam uns dias para o fim do ano e que a senhora gorda ainda não cantou, mas já sei que não vou ter paciência tempo para escrever sobre o ano que está a terminar, no dia 31, assim arrumo já a coisa…

Para não variar 2017 foi um ano estranho (para uma ET, só podia)… Foi o ano em que “saí do armário” e me assumi como extraterrestre (ahhh por momentos assustei vos). Sempre me achei estranha e diferente. Sempre tentei passar despercebida, low profile, não gosto que me apontem o dedo, penso logo que estão a falar mal de mim. Ficou o trauma de uma menina que entrou na escola preparatória com uma boina, sem cabelo… Toda a gente apontava o dedo, gozava, ela só queria ser normal, mas não, tornou se numa ET…
Hoje orgulhosamente assumo, sou ET, ando de cabeça erguida e estou me nas tintas para o que pensam de mim…
Para além desta parte quase filosófico/poética de 2017, este ano foi uma treta a nível de running…
Terminei 2016 na minha melhor forma, fiz a São Silvestre com um excelente tempo e com a ideia de que podia ter feito melhor, caso tivesse ido sozinha, e até acordava de madrugada, com as galinhas, para treinar com o pessoal louco que treina de madrugada…
O ano de 2017 começou promissor, mas eis que aparece uma tosse horrível que me provocou um problema muscular no peito, sim, sim, por baixo da costela, só respirar era doloroso, depois a anemia, depois o desconforto, depois a anemia outra vez, e vou terminar o ano a fazer a São Silvestre sem treino, com tosse, o desconforto e restos de anemia (que voltou há umas semanas), maravilha…

O ponto alto de 2017?
As Fogueiras. Preparei me, treinei (vá mais ou menos) e foi espetacular, adorei. Apesar de ter feito um tempo da treta, para mim soube recorde mundial, e ter aquele final com o pessoal do grupo a acompanhar me, foi a cereja no topo…

E objectivos para 2018??? Em 2017 ficaram por fazer como deve ser, Coimbra, Évora, a Scalabis e o Cork Trail. 2018 é para as fazer, se a minha etezisse permitir claro.
Trails vão ser para fazer devagar, sem pressões, ou seja, sempre que veja que vale a pena, vou inscrever me nas caminhadas (tenho é que comprar umas botas Quechua).

O meu grande objectivo para já é a corrida dos Sinos, vou tentar os 15km e caso corra tudo bem, queria experimentar fazer a meia do Douro Vinhateiro, mas pelo andar da carruagem não me parece que tenha capacidade para tal, pelo menos para já…

Quero muito voltar a Gondramaz e ao Talasnal, e vou muito provavelmente conhecer outras serras de Portugal, como São Mamede, Sicó, Arga, Estrela, porque o gajo (aka o meu marido) anda louco e quem vai “pagar as favas” é aqui a ET…

O Strava diz que aqui a ET fez 96 corridas em 2017, num total de 583,3 km, 103h 55m (que podia ter aproveitado para dormir ou estar no sofá), com um ganho de elevação de 9.425 m…
Bolas é muito km… Mas... Até a senhora gorda cantar ainda posso chegar aos 600km…


2017 foi o ano em que cheguei a uma triste conclusão, estou a ficar velha... Quando não temos pedalada para correr ao lado da nossa filha de 10 anos, podemos tirar 2 conclusões, ou estamos velhos e fracos, ou a miúda corre como o caraças...

Para além de "correr" 2017 foi um ano em que me "meti" em coisas estranhas, como o associativismo ou a politica, e digo vos que adorei. Espero que 2018 traga boas novidades nestas áreas...

Assim aproveito para vos desejar o que desejo para mim:


Que 2018 seja melhor que 2017!!!

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A ET vai aos Abutres!!! Capitulo 2

Eu devo de ser uma das pessoas mais desorganizadas do mundo, mas o meu gajo (aka marido) é pior que eu...

Num raro momento de ET organizada, resolvi começar a preencher a minha nova agenda para 2018.  Como vou só à caminhada, não tenho nenhum plano de treinos especifico para a caminhada (acho que me vou arrepender) e como sou uma cabeça no ar (atenção que há piores), não fazia ideia da data para o trail dos Abutres.
Procurei então o regulamento da prova e verifiquei que a caminhada é no domingo, dia 28 de Janeiro e os 30km no sábado, dia 27 de Janeiro... Estranho pensava que era tudo no domingo... Com certeza que o desorganizado do gajo sabe disso. Por via das duvidas resolvi enviar lhe um email com esta informação. Passado 1 minuto ele liga me:

- Ohhh bolas, ainda bem que viste isso, pensava que o trail era também no domingo... Só temos hotel para sábado e agora já está tudo esgotado...

Bonito gajo!! Agora vais ter que te levantar às 4 da matina (exagero) e vais a conduzir até Miranda do Corvo que a ET não gosta de conduzir à noite... E livra te de me acordares a perguntar onde estão os teus calções e as meias e o porta dorsal e o buff da Buff e a mala e...

Já agora uma perguntinha para os experientes nesta prova:

Abutres, com ou sem bastões??

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A ET e os caminhantes profissionais, em Alcanena…

Pois é, este domingo deparei me com uma nova realidade, os caminhantes profissionais… 
Temos os corredores de estrada profissionais, que correm de camisola manga cava, com micro calções, os traillers profissionais com as suas extensas barbas e buffs da Buff e espantem se, há os caminhantes profissionais (professional walkers lol)… Estes vestem se normalmente de verde tropa ou castanho escuro (a meu ver é um perigo, porque partilham o local de caminhada com os caçadores de domingo), com calças impermeáveis, e longas capas. As botas de “caminhante” são essenciais assim como as malas gigantes e os bastões…

Isto tudo porquê??? Porque este domingo aqui a ET foi com o pessoal a Alcanena, a uma prova de trail gratuita. Ui ET, prova gratuita, deve ter sido uma porcaria, dizem vocês!!!
Noop, se metade das provas a pagar tivessem a qualidade do Alcanena Trail, viveríamos num mundo “running” melhor…

Chegamos para levantar os dorsais, e tivemos direito a Tshirt da prova (de boa qualidade), senha para almoçar e pasmem se, pequeno almoço, com bebidas quentes, pasteis de nata e coscorões…

Huuummmm


Tinha me inscrito no trail de 14km, mas como estou CANSADA de ser a ultima e de conhecer SEMPRE os vassouras, fiz uma inscrição de ultima hora para a caminhada, que também tinha 14km… Que seca, caminhar na planície e na vila, com senhoras de meia idade e casais fofos com carrinhos de bebé, pensam vocês…

Enquanto me deliciava com um pastel de nata (comi poucos, juro!!) ouvi alguém a recomendar atenção no trilho do Russo, que é uma descida perigosa cheia de pedras e lama, um grande declive que numa zona tinha a particularidade de caso alguém escorregasse teria que descer a serra a rebolar, que imagem fofa!!! Tratei de passar a mensagem ao pessoal. Eu fiquei descansada porque a caminhada havia de ter um percurso alternativo… Toma malta do trail!!! Vocês vão correr risco de vida e a ET vai passear à serra ahhhhh!!!

Antes da prova de trail dos 14 e dos 25 começar, juntam se todos para a foto (todos menos a ET que era a única walker do grupo) e senti o olho húmido, deve ter sido da chuva… 
E eis que vão e de repente fico sozinha no meio de caminhantes profissionais com botas Quechua… Senti me uma ET, ohhh pah mas eu já sou ET, mau, mas mudei de planeta??? Não há ninguém de ténis?? Onde estão as senhoras de calças de ganga e os casais com carrinhos de bebé??? Deve ser da chuva, a tempestade Ana estava a chegar…

O senhor responsável pela caminhada, faz um pequeno discurso:
“Blá, blá, blá quem me passar fica à sua responsabilidade… Blá, blá, blá na subida o grupo vai dividir se…”

Subida??? Mas não é caminhada??? Deve ser uma subidita soft…

E lá vamos nós. Tentei ficar ao pé do líder, bolas estou farta de vassouras… Mas não estava fácil os trilhos eram estreitos, cheios de lama e possas de água (tinha chovido a noite toda) e para além dos profissionais, havia um grupo de walkers semi profissionais, com chapéus de chuva, sim aqui a ET ía ficando com os olhos vazados à conta da porcaria dos chapéus de chuva…

Mesmo com os phones nos ouvidos com musica a altos berros (sim, sim sou anti social, não quero conversa com ninguém) conseguia ouvir os tiros dos caçadores domingueiros.

A certa altura começamos a subir, mas a subir mesmo, não havia subida soft, havia uma subida diabólica, com pedras e lama à mistura, e uma bonita ribanceira mesmo ao meu lado… A certa altura comecei a sentir umas tonturas, pois ia concentrada a olhar para baixo, mas a minha visão periférica estava também concentrada na ribanceira fofa, do meu lado esquerdo… E assim com Sigur Rós nos ouvidos pensei que se caísse, morria feliz…
Foi uma subida lixada à brava, mas lá em cima esqueci as vertigens e perdi uns minutos a apreciar a paisagem maravilhosa…






A subidita, do lado esquerdo

Depois da subida caminhei em terreno plano, cheio de lama e pedras, até que chego a uma descida, o trilho do russo… Mas… Então??? As partes difíceis não eram para o trail perguntam vocês!! Noop, a caminhada fez exactamente o mesmo percurso do trail curto, mas com dificuldade acrescida, depois de todos do trail terem pisado a lama, esta fica mais apurada e escorregadia, sim a caminhada foi a prova mais difícil de ontem…
À minha frente estava um casal de tenis!!! Aleluia, ele com os seus Saloman e ela com uns Merrell, fui atrás deles uns metros, mas cheguei à triste conclusão que eles estavam piores que eu, passei os e lá fui à procura de trilhos que não fossem rios de lama... Felizmente safei me no trilho do russo, que era uma descida muito perigosa, e no final desse trilho tivemos estrada. A partir desse momento senti me mais à vontade, e corri, na estrada, nos trilhos, sem stress, só eu a minha musica e a natureza… Maravilha…

Maravilha

No final tivemos sopa quentinha, porco no espeto (à descrição), frango, salgados, pasteis de nata e um banho quente…
Deliciosa

Foi uma festa, juntamos nos a outro grupo amigo e super animado. Tínhamos chouriço que um colega assou, queijo, bolos, vinho, jeropiga caseira, eu sei lá…

Ninguém bebeu...
O chouriço e o salpicão...

Nem provei...


Uma prova a repetir, superou as expectativas de toda a gente… Comida sem restrições, marcações perfeitas, trilhos desafiantes, banhos quentes, e grátis!!! Para o ano estamos lá outra vez!!